Manifestação dos revoltosos expõe fragilidade da cultura valenciana
Na semana passada alunos da unidade Escolar Maria Antonieta estiveram na Rua Major Ulisses Pereira, no bairro Lavanderia, pedindo a recolocação de uma cruz de madeira (Cruz dos revoltosos), que demarcou a passagem da coluna Prestes por Valença nos anos de 1925/1926. A cruz foi retirada do local devida a construção de uma calçada.
Após a repercussão, a prefeitura enviou um ofício ao proprietário do terreno informando sobre a manifestação d e solicitando a recolocação da cruz no local.
Por sua vez, o proprietário do terreno em resposta a prefeitura informou que ao contrário do que foi veiculado, a Lei 952/2002, que trata sobre a questão é bem clara em afirmar que no local do Movimento dos Revoltosos no bairro Lavanderia não existe mais as cruzes.
Disse ainda que a cruz foi colocada a cerca de três anos, ficando claro que escolheram um local para firmar a mesma sem precisar o lugar exato do fato histórico e por isso ela pode ser fincada fora de seu terreno.
A discussão reflete a forma em que os fatos históricos de Valença foram tratados ao longo dos anos. Na rua onde a cruz estava fincada não existe um monumento que remeta a passagem da Coluna Prestes em Valença ou muito menos uma pedra de calçamento, mesmo o local dando acesso a Igreja de São Raimundo Nonato e a Avenida Joaquim Manoel.
A “ausência” do Poder Público é nítida, tanto na parte do registro histórico ao não identificar a passagem adequadamente, quanto na pavimentação da rua, uma vez que, por incrível que pareça apenas o quarteirão onde estava a cruz não recebeu o benefício mínimo que é a pavimentação.
Em setembro último Valença completou 256 anos, é uma das mais antigas cidades do Piauí, muitas histórias, muitas famílias importantes e dezenas de filhos que fizeram a diferença na política, na medicina, na educação, nas artes etc, que foram reverenciados em outras terras e são meros desconhecidos em sua terra natal.
Essa displicência com a cultura valenciana até aqui apagará em um futuro muito próximo esse e outros fatos culturais. A ausência de um acervo público municipal, a falta de inclusão da nossa história em eventos, em sala de aulas, em livros e a falta de ações concretas de preservação de nosso patrimônio histórico culminará em breve com a perda de nossa identidade cultural devido o faz de conta em que a nossa cultura foi e está sendo tratada.
Jota Junior
Nao há cultura em nossa, cidade falta interesse em termos uma politica cultura de avance. Enquanto isso os poucos prédios da cidade vão se acabando. Pobre cultura valenciana.
Maria Clara
na nossa cidade a cultura só serve pra duas coisas colocar as pessoas que nao votaram na prefeita e hoje mostram que tem poder e fazer festa pra aparecer nas fotos. o que realmente temos de cultura nada é preservado, cuidado, ou mostrado.Antes falavam dos antigos secretarios por que as festas nao eram bonitas e cheia de luxo mais a cultura propriamente dita era preservada.