Voto de Átila Lira e Júlio Arcoverde ajuda a derrubar MP da taxação e Lula diz que decisão prejudica o povo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente, na noite desta quarta-feira (8), a decisão da Câmara dos Deputados de retirar de pauta a Medida Provisória (MP) 1303/2025, que previa a taxação de rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas. A proposta também serviria para compensar a revogação de um decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Com 251 votos a favor da retirada e 193 contra, a medida acabou caducando por falta de votação dentro do prazo.
No Piauí, apenas dois deputados federais — Átila Lira (PP) e Júlio Arcoverde (PP) — votaram a favor da retirada, contribuindo para o resultado que impediu o avanço da MP considerada essencial para o equilíbrio fiscal do governo em 2026.
A decisão dos dois parlamentares piauienses destoou da posição da maioria da bancada do estado, que votou contra a manobra da oposição e defendeu a manutenção da medida.
Votaram contra a retirada: Castro Neto (PSD), Dr. Francisco (PT), Flávio Nogueira (PT), Florentino Neto (PT), Jadyel Alencar (Republicanos), Júlio César (PSD), Marcos Aurélio Sampaio (PSD) e Merlong Solano (PT).
Em publicação nas redes sociais, o presidente Lula lamentou o desfecho e afirmou que a decisão representa uma derrota para o povo brasileiro.
“A decisão da Câmara de derrubar a medida provisória que corrigia injustiças no sistema tributário não é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro. Essa medida reduzia distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais. Impedir essa correção é votar contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça tributária”, declarou.
Lula ainda acusou a oposição e setores do centro político de atuarem para restringir a capacidade do governo de manter programas sociais.
“O que está por trás dessa decisão é a aposta de que o país vai arrecadar menos para limitar as políticas públicas e os programas sociais que beneficiam milhões de brasileiros. É jogar contra o Brasil”, completou.
A MP 1303/2025 previa a tributação de fundos de investimento, operações em bolsa, ativos virtuais e empréstimos de ativos, além de novas regras para investidores estrangeiros. Segundo estimativas do governo, o texto poderia aumentar a arrecadação em R$ 20,8 bilhões e reduzir despesas em mais de R$ 10 bilhões.
