Valença do Piauí, 07 de dez, 2025

Valenciana destaca em live trajetória de superação que a levou ao primeiro lugar na PGE-PI

A valenciana Vitória Maria Carvalho de Abreu participou nesta quarta-feira (12) de um bate-papo ao vivo com o professor de Direito Constitucional Marcílio Ferreira, onde falou de sua trajetória até chegar a primeira colocação na prova discursiva da Procuradoria Geral do Estado do Piauí (PGE-PI).

Formada em Direito e atualmente Analista Judiciária no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília, Vitória é filha da costureira Remédios Dantas e enteada do policial militar Ranier Nunes. Estudou todo o ensino fundamental e médio em Valença, onde deu os primeiros passos rumo à conquista dos seus sonhos.

A escolha pela carreira pública

Vitória conta que a decisão de seguir a carreira de funcionária pública surgiu ainda na faculdade. “Comecei a estudar desde cedo, já na faculdade, eu tive uma experiência de ser estagiária no MPT. Então, eu estagiei primeiro no escritório, desde o comecinho da faculdade e depois passei na provinha do MPT e fui estagiária, e aí eu vi aquela vida lá do pessoal concursado e eu disse, opa, eu quero isso aqui, eu não me via com esse perfil de advogado, então, no sétimo período comecei a estudar para concurso já”, contou.

A partir desse momento, Vitória contou que iniciou uma jornada de dedicação intensa. “E aí passei em alguns concursos pequenos mesmo, eu comecei ali no básico, assistente administrativo, acho que foi o primeiro que eu passei que foi no Hospital Universitário lá no Piauí, passei para assistente administrativo no Instituto Federal e passei no TRT, nessa mesma época, ainda na faculdade.”

Persistente e focada, ela resume sua trajetória como uma caminhada de esforço e propósito. “Eu sou uma pessoa persistente, acima de tudo, alguém que sabia o que queria e correu atrás de viver essa história e Deus me deu essa oportunidade de correr atrás aos pouquinhos e construir uma história no mundo dos concursos”, refletiu.

Superação e propósito

Vitória relembra que o caminho não foi fácil.

“Demorou pra eu começar a pensar em procuradoria, com essa minha história de pequenos concursos, na verdade, o que eu precisava primeiro era o trabalho. Então, eu não venho de uma família abastada financeiramente, meus pais, minha mãe é costureira, meu padrasto é policial, então, o estágio já foi ali algo que me deu sustento pra fazer provas”, contou.

Aos 23 anos, já formada e aprovada no TRT2, ela seguiu acumulando experiências profissionais e amadurecendo o sonho de alcançar voos mais altos. “Conforme eu fui desenvolvendo o trabalho lá no TRT, fui galgando posições, cheguei no máximo que eu poderia chegar na assessoria, fui assistente, fui subchefe, fui chefe de gabinete, fui assessora, muito jovem ainda, e eu vi que não era aquilo que eu queria […] Então eu me lembrei da época da procuradoria, tentei começar a estudar isso novamente, mas aí veio pandemia.”

O recomeço com foco e fé

Durante a pandemia, a piauiense se casou e, com o apoio do marido, decidiu retomar o sonho de ser procuradora. “Eu tinha esse sonho, entre aspas, de ser dona do meu trabalho […] e só a carreira jurídica iria me proporcionar. Conversei com meu marido desse sonho antigo, e eu quero tentar mais uma vez”, lembrou.

A oportunidade de trabalhar TST renovou suas forças: “Nesse meio termo eu fui chamada pro TST […] e comecei bem ali na função baixinha. Então foi essa troca que me deu aquele gás para poder me dedicar realmente aos estudos para procuradoria.”

Determinada, ela fez um plano de dois anos intensos de preparação. “Em 2023, 2024 e esse ano foi o período que eu estudei intensamente […] então eu fiz um projeto, eu vou dar o melhor de mim e está nas mãos de Deus, se não der certo, eu sei que eu dei o meu melhor”, afirmou.

Sua rotina era intensa e regrada: “Período que eu realmente levantei mais cedo, tentei cinco e meia e aí vi que eu tava adoecendo muito, aí fixei então seis horas, e eu tava estudando mais ou menos ali umas quatro horas por dia […] foi o período que eu dei meu máximo.”

O momento decisivo

Quando soube que havia sido aprovada para a segunda fase da PGE-PI, Vitória viu ali uma nova chance. “No dia da prova eu usei esse tempo entre o almoço, e fui ler, consegui ler três pareceres e um deles era o que caiu na prova […] então, além de tudo isso, desse estudo, teve a benção de Deus aí.”

Mas a alegria inicial deu lugar à frustração ao ver a nota preliminar: “Quando sai o resultado preliminar […] eu fiquei muito triste, porque isso ainda me deixava na posição 28, e só eram 13 classificados […]. Então, eu recorri.”

Foi então que o esforço e a fé se transformaram em vitória. “Além do treino, do estudo, de ter fechado parecer […] o meu recurso é provido, eu ganhei quase sete pontos, a minha nota foi pra 29.9, que acabei sendo aí a primeira lugar da segunda fase, que eu só queria entrar nos classificados, eu só queria entrar nos 13”, comemorou emocionada.

Um sonho realizado

Vitória resume essa conquista como o resultado de anos de persistência, fé e renúncia. “Fiz 12 provas, eu investi muito tempo, muito tempo mesmo […] eu tinha clareza disso que eu queria, e muita fé de que a vontade de Deus seria a melhor para mim […] o plano não era só meu, era dele também.”

Com uma trajetória que inclui aprovações em concursos como o do Hospital Universitário de Teresina, IFPI Campus Valença, TRT de São Paulo e TST em Brasília, Vitória agora se prepara para assumir como Procuradora do Estado do Piauí, após também ter sido aprovada na PGM de Campinas (SP).

O resultado final da PGE-PI, com a prova de títulos, será divulgado em 24 de novembro, mas sua classificação já garante a presença entre os 13 aprovados consolidando uma história de disciplina, fé e superação que inspira e enche de orgulho a cidade de Valença do Piauí.

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