Advogado valenciano questiona prisão de parnaibana solta depois de resultado de pericia em cajus
A decisão da juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, de liberar a senhora Lucélia Maria da Conceição (52), acusada de envenenar os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, nesta segunda-feira (13), repercutiu amplamente nas redes sociais.
O advogado valenciano Joaquim Rêgo comentou o caso em suas redes sociais, destacando a fragilidade da prisão e as consequências para a acusada, que foi presa em agosto do ano passado e teve sua residência incendiada por vizinhos revoltados com o crime do qual foi acusada de cometer.
Lucélia Maria estava detida na Penitenciária Feminina de Teresina e foi liberada nesta segunda-feira após a juíza acatar o pedido de soltura do Ministério Público, com base em um laudo pericial que concluiu que os cajus entregues aos meninos não estavam envenenados.
O Instituto de Criminalística realizou inicialmente exames nos corpos dos dois irmãos, que detectaram a presença de terbufós, um veneno usado como praga para plantas. No entanto, o exame dos cajus só foi concluído cinco meses após a morte das crianças.
“Hoje a tarde não inspira alegria, hoje a tarde inspira tristeza para nós da advocacia criminal, caso Lucélia, Parnaíba, saiu laudo pericial, e neste diz que as crianças não foram mortas por envenenamento dos cajus. E aí manda-se soltar uma ré que estava reclusa desde agosto de 2024, que passou o Natal e o Ano Novo, distante da sua família, injustamente. existem várias e várias e várias Lucélias no Brasil inteiro”, disse o advogado, destacando a importância das provas em um julgamento.
“E a prova hoje diz que Lucélia não matou as crianças, está denunciada por um duplo homicídio na primeira vara da comarca de Parnaíba com audiência de instrução marcada para agora dia 23, e é posta em liberdade devido à prova do processo. E como fica a vida de Lucélia, que teve a sua casa destruída por populares indignados com uma acusação injusta”, indagou o advogado, ressaltando ainda o papel da imprensa nesses casos.
Ele concluiu parabenizando a defesa da ré. “Brilhante a defesa dela. Agora venha a responsabilização de uma investigação talvez não tão intensa, talvez não tão justa, mas se queria buscar uma resposta de qualquer meio, a qualquer modo, como na inquisição, onde a Igreja Católica acusava, defendia, julgava e executava”, afirmou.