Valença do Piauí, 19 de maio, 2024

PF afirma que morte de Fernanda foi suicídio ou queda acidental

Caso Fernanda Lages

A Polícia Federal divulgou hoje o seu relatório final sobre a morte da estudante de Direito Fernanda Lages, ocorrida em agosto do ano passado. Cerca de 100 profissionais da imprensa se inscreveram para acompanhar a divulgação. A mesa esclarecedora teve o superintende da Polícia Federal do Piauí, Nivaldo Farias, o coordenador de defesa institucional, Marco Aurélio Pereira, o delegado regional José Olegário, os delegados superintendentes do inquérito Alberto Ferreira Neto e José Edilson, e o chefe da perícia técnica da Polícia Federal do Piauí, José Arthur Vasconcelos.

Entrada no caso

O superintendente no Piauí, Nivaldo Farias, abriu a entrevista coletiva esclarecendo a entrada da Polícia Federal na investigação da morte da estudante Fernanda Lages, “Nos dois primeiros meses, quem fez a investigação foi a Polícia Civil, que relatou os fatos e enviou ao Ministério Público, que não se contentou com o resultado e mobilizou a PF a entrar no caso. No norte a razão que trouxe a PF no caso foi o possível tráfico internacional de mulheres, só que não tinha como investigar esse tráfico sem destrinchar o fato principal”, afirmou Farias.

O delegado da Polícia Federal afirmou que não há relação entre a morte da estudante com o tráfico de mulheres. “Nenhuma pessoa envolvida próxima há Fernanda se dirigiu a outro país ou Estado para se prostituir”, esclareceu.

Queda

O braço dela serviu como proteção para queda e os seus dentes quebraram porque a caixa craniana foi quebrada, e não por pancada externa, como murro. O crânio tinha fraturas e achatamentos provocados pelo solo, todas as costelas foram quebradas e a bacia também. A marca do vestido indica que ela estava em pé na mureta, por isso ela não foi jogada.

Trajeto

Fernanda se encontrou com o ex-namorado Pablo Vital, pegou R$ 10 com ele e foi ao restaurante Chão Nativo, assistiu jogo e foi para a boate Cenário na zona Leste de Teresina. De lá, foi para o Bar Pernambuco e seguiu sozinha para um posto de gasolina no caminho para a obra do Ministério Público. Até o local da construção ela não parou em lugar nenhum, pois não deu tempo, o vigilante de uma concessionária a viu estacionando sozinha no prédio e o vigia da construção não viu uma segunda pessoa e não há vestígios de uma segunda pessoa, segundo a Polícia Federal.

Motivações

O quadro é sugestivo de suicídio, mas o delegado não descartou a possibilidade de queda acidental, já que ele não apurou nenhuma motivação para que Fernanda cometesse suicídio. Fernanda tinha 1,17% de graduação alcoólica no sangue, o dobro permitido para dirigir, e a jovem estava tomando remédio para enxaqueca que associado ao álcool tem ação potencializadora e pode provocar mudança de comportamento e causar um efeito suicida.

Em suma, segundo o presidente do inquérito, o delegado José Freitas, Fernanda pode ter se matado devido a combinação do álcool e drogas ilícitas com os remédios, bem como por um fator genético, mas que ele não soube detalhar. O delegado informou que ela tinha crises psicóticas.

Envolvimento com drogas

O coordenador das investigações afirmou que foram encontrados vestígios de cocaína no lado do passageiro e do motorista no carro da estudante. Também foi encontrado um frasco contendo a droga embaixo de uma mangueira perto do local em que a vítima foi encontrada morta, o que indica, para a PF, que Fernanda já conhecia muito bem a obra. Contribui para essa hipótese o fato de que Lages foi até o local um dia antes do fato. Segundo o delegado,a amiga de Fernanda, Nayrinha teve um relacionamento amoroso com um traficante, que já foi assassinado. Os três estavam no local da morte um dia antes do fato usando drogas.

O delegado José Freitas, presidente do inquérito, acredita piamente que Nayra Veloso mentiu ao afirmar que não foi na frente do prédio às 13h30.

Figurões

Os delegados da Polícia Federal afirmaram que as teses sobre a morte da estudante foram investigadas uma a uma e sendo quebradas conforme seguia a investigação. Na polêmica que envolveu o engenheiro Jivago Castro, foi confirmado que a estudante se quer conhecia-o e que os comentários dos promotores Eliadro Cabral e Ubiraci Rocha sobre o envolvimento de figurões na morte da estudante deverão passar por uma ponderação. Segundo a PF, a estudante “costumava andar em locais obscuros durante a noite, possivelmente para relacionamentos amorosos”. Segundo José Freitas, o homem pelo qual Fernanda chamava de “meu engenheiro” era na verdade um empresário.

O inquérito mostra que a estudante esteve na construção do Ministério Público pelo menos três vezes. Junta-se a isso o fato de que nas paredes da escada haviam desenhados os símbolos tatuados em seu corpo, o que provavelmente comprova a familiaridade com o local. A polícia disse estar convicta do seu resultado final.

Fonte: meionorte

1 Comentário

socorro

so devemos ,culpar alguém se tivermos prova

21 set, 2012 Responder