Valença do Piauí, 27 de jul, 2024

Ailton Carvalho: A Sociedade do interesse

Ailton Carvalho
Ailton Carvalho

Em um mundo cada vez mais capitalista e consumista no qual vivemos, estamos assistindo atualmente ao que chamamos de sociedade do interesse, onde a grande parte das ações e atitudes humanas, desde aquelas meramente cidadãs até as de cunho institucionais, são movidas pelo espúrio interesse financeiro e social em detrimento dos verdadeiros valores morais e cristãos que deveriam nortear os caminhos a serem seguidos pelos seres humanos.

Neste sentido, os meios de comunicação de massa funcionam como fortes promotores deste tipo de comportamento. Os exemplos mais clássicos disso são os reality shows que nada mais são do que a briga explícita pela fama, onde, literalmente, vale tudo pela vertiginosa quantia financeira paga ao vencedor.

Tudo isso, usando o próximo como um ser descartável, onde o que é feito hoje pode não ter mais sentido amanhã, num intenso jogo de intrigas das mais esdrúxulas possíveis em um verdadeiro teatro sem script, onde o que mais vale é o status e a satisfação do ego.

Outro exemplo gritante são as telenovelas, maior audiência da televisão brasileira, que promovem uma total falta de respeito às famílias brasileiras quando exibem em horário nobre, traições, sexo quase explícito, modismos sarcásticos, entre outros.

Como afirma o sociólogo polonês Zygmunt Bauman no seu livro O Amor líquido: “Vivemos na era da liquidez. Nela, o ser humano se despersonaliza e adquire o estatuto de coisa a ser consumida, para em seguida ser descartada. Os relacionamentos a cada dia duram menos e os vínculos escorrem pelos dedos como água”.

Voltando para a vida real, o jogo de interesses é predominante quando vemos amizades por interesses, em detrimento do companheirismo e da troca de experiências. Namoros e casamentos pelo puro interesse social e pelo poder em detrimento do mais valoroso sentimento que pode existir que é o amor verdadeiro.

Tal pensamento de Bauman se reflete na fragilidade das relações e pela insegurança na qual se vive onde cada um está atrás de um porto seguro, não importando valores como cumplicidade, reciprocidade e respeito, estes são colocados em último plano na maioria das relações atuais da dita “sociedade moderna.”

Esta é uma opinião franca e sincera de quem assiste a tudo isso acontecer, como mero expectador e que em outros tempos, que talvez não voltem mais, os princípios eram outros, onde o que mais importava era o amor a Deus e ao próximo. É isto.

4 Comentários

marcos roberto

Não possui respaldo para abordar o tema, ha não ser que tenha mudado “drasticamente.”

23 nov, 2015 Responder

Aílton Carvalho

Faço minhas as palavras de Jesus Cristo na Cruz: “Perdoa pai, eles não sabem o que fazem”.

24 nov, 2015 Responder

Santos

Importante matéria, bem reflexiva sobre os tempos que vivemos.
Cada um tem sua liberdade de pensar.
Donizete Adauto sempre dizia “Morra e não vejo tudo” e Zé Sarneio diz “Vi tudo que voa e anda pelos cantos de toda banda”

23 nov, 2015 Responder

Jota Junior

A sociedade esta no fundo do poço, so se fala em consumir outos valores,como etica, honestidade, etc estão acabando pessoas. Vivem em crise existencial por gastar sem ter a menor necessidade.

25 nov, 2015 Responder