Eleição do PT em Valença tem chapa única, mas tem ruídos entre filiados
A eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT), marcada para este domingo, 6 de julho, entrou na reta final em Valença do Piauí. Apesar da formação de uma chapa de consenso para a disputa local, o posicionamento de alguns filiados tem gerado ruídos considerados desnecessários. As críticas, segundo a direção municipal, revelam apenas o desconhecimento desses filiados sobre o funcionamento do Processo de Eleição Direta (PED), mecanismo interno que regula a escolha das direções do partido em todo o país.
Na véspera da eleição, neste sábado (6), o presidente do PT, Geovane Vieira, esteve reunido com filiados e com a candidata única no pleito, Francisca de Sousa Costa, conhecida como Chiquinha do PT para falar sobre o processo que acontece no prédio da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), das 9h às 17h.
Em entrevista ao Portal V1, Geovane Vieira comentou as tentativas de tumultuar o processo e explicou como funciona a disputa interna.
“Essa chapa ela é construída de unidade de forças, alguém que não participou, que se queixa que não foi convidado, porque certamente não congrega desse mesmo sentimento de bandeiras que esse grupo construiu”, explicou o presidente, reforçando que qualquer filiado que não concorde com a chapa apresentada pode montar sua própria chapa e participar do processo.
Geovane também destacou a trajetória da candidata Chiquinha do PT, que acumula 43 anos de filiação partidária.
“Ela é resistente, mulher, negra, e que, desde 1982, a Chiquinha é afiliada. Eu participei do processo a partir de 88, Chiquinha em 82, período de ditadura, nós só tivemos liberdade de voto e de eleição a partir de 1985, a Chiquinha já estava enfrentando esse debate na construção do PT, ou seja, eu acho que ela tem legitimidade. Os filiados que hoje estão ativos para votar devem reconhecer isso, reconhecer na Chiquinha a história da construção desse partido”, relatou o presidente.
Ao final, Geovane reforçou a importância de reconhecer o papel histórico da militância mais antiga na construção do partido:
“O partido não nasceu nessa eleição de 2022 como têm alguns pregando, o partido já existia. Na verdade, esse partido só existiu por figuras como a Chiquinha e outros companheiros que resistiram, que lutaram, fizeram enfrentamento com a família, enfrentamento com setores radicais e tradicionais da sociedade, e ela ali, em pé, firme, falando e defendendo as ideias dos trabalhadores. Por isso que esse partido deve reconhecer, sim, a história dela, e eu chamo cada filiado, inclusive aqueles que se manifestam com insatisfação, que façam essa reflexão, que reconheçam na Chiquinha a legitimidade, e vamos trabalhar nessa unidade do partido”, afirmou. Assista à entrevista completa