Valença do Piauí, 18 de jun, 2025

Ex-prefeito de Francinópolis se pronuncia sobre operação e lamenta conteúdo da nota da Policia Federal

O Portal V1 esteve em Teresina nesta quinta-feira (05), e entrevistou o ex-prefeito do município de Francinópolis, Paulo César. Na ocasião para falar sobre a operação da Polícia Federal sobre suposto desvio de dinheiro da Educação e da Saúde do município no período de seu mandato.

O ex-prefeito conta que essa ação da Polícia Federal o pegou de surpresa, haja visto que a gestão dele é conhecida pela transferência e zelo com a coisa pública.

“Tudo que você quiser observar em Francinópolis, você pode ir no portal, está tudo lá. Tudo que é recurso que é aplicado, todas as despesas que são pagas, está tudo lá na transparência. Então a gente é surpreendido com uma reportagem, nos enviaram, inclusive eu estava em trânsito, estava de Francinópolis para Teresina, me enviaram a reportagem da TV Clube, dizendo que uma operação, um esquema criminoso foi desarticulado, que desviava recursos de Francinópolis, da Educação e da Saúde”, contou o ex-prefeito.

De acordo com Paulo César, o mais estranho foi o fato de não ter sido procurado previamente pelos investigadores, nem em sua residência em Francinópolis, nem em Teresina.

“Não foram em Francinópolis, porque eu estava lá, não foi na minha casa em Teresina, eu fiquei sem saber. Então quando eu cheguei em Teresina, eu fui direto à Polícia Federal para obter informação para saber que esquema é esse. Chegando lá, eu me informei do delegado que presidia, doutor Murilo, e eu me identifiquei e pedi uma audiência com ele, queria falar com ele para saber o que era isso”, relatou.

O ex-prefeito buscou a Polícia Federal e explicou que foi atendido por um escrivão, que afirmou que ele não era investigado e não precisava se preocupar.

“Foi nem ele (delegado responsável pela investigação) que me atendeu, quem me atendeu, foi o escrivão que disse que, doutor Murilo falou que eu não precisava me preocupar, que eu não era investigado, que eu não tinha nada a ver, aí eu estranhei, porque, como é que eu sou prefeito e não me envolve? Não, mas eu quero obter informação porque o nome do meu município é que está na mídia e negativamente”, disse Paulo César, que solicitou acesso ao inquérito, mas teve o pedido inicialmente negado. No entanto, ainda no mesmo dia, conseguiu obter as informações.

Segundo o ex-prefeito, ao acessar o inquérito com 948 páginas, se deparou com uma denúncia feita em 2022 por uma ex-vereadora de Francinópolis.

“Era uma operação que foi deflagrada em decorrência de uma denúncia de uma vereadora, uma ex-vereadora de Francinópolis, vereadora essa, no meu primeiro mandato, que perdeu a reeleição e que na eleição passada disputou novamente e de vinte e três candidatos, ela foi a vigésima terceira \[…] essa vereadora denunciava a empresa Set, dizendo que a prefeitura contratou sem licitação \[…] o que a própria investigação não constatou”, explicou.

Paulo César também contextualizou o surgimento do contrato com a empresa terceirizada, afirmando que a situação remonta ao ano de 2017, ainda no mandato anterior ao seu, quando a prefeitura enfrentava problemas com excesso de pessoal, herdados de administrações anteriores. Com a aprovação da Lei nº 13.429/2017, que permitia a terceirização de serviços considerados “meio”, o então gestor estruturou um novo modelo de contratação, visando regularizar a situação trabalhista.

“Eu preparei uma licitação para contratar uma empresa terceirizada, extinguimos os cargos vagos \[…] essas pessoas que estavam precariamente contratadas passaram a ser formalmente contratadas, recebendo seus salários, tudo em dia”, afirmou.

Ainda segundo ele, a medida teve impacto positivo na saúde fiscal do município: “Hoje, Francinópolis fecha o final do ano com 43% de gasto pessoal, ora, caiu de 60% para 43%, ou seja, a gente tava muito dentro da lei, que era 54%”, frisou.

O ex-prefeito considera que a denúncia teve motivação política e que a investigação não identificou nenhum envolvimento direto de gestores da época. “O próprio TCE fez lá uma inspeção e constatou \[…] que todos os funcionários que eles foram verificar estavam lá \[…] não diz que tinha funcionário fantasma, não, mas havia um indício da empresa \[…], ou seja, a gente não sabia de nada porque não envolvia o prefeito, não envolvia a secretária de Saúde, não envolvia a secretária de Educação”, ressaltou.

Segundo o ex-gestor, o maior problema foi causado pela falta de transparência na nota divulgada pela Polícia Federal, que não apontou quem eram os investigados e não se preocupou em esclarecer que os gestores da época (o então prefeito e os secretários) não estavam envolvidos na investigação.

“Jogaram na mídia, não disseram quem eram os investigados. Aí, depois, quando eu fui lá, é que eles (a Polícia Federal) mandaram um informativo pra TV Clube dizendo que o ex-prefeito da época não tinha nada a ver. Mas isso foi porque eu fui lá. Na reportagem da manhã, isso não apareceu”, lamentou.

Por fim, Paulo César reforçou sua confiança na lisura de sua administração e declarou que faz questão de ser ouvido para esclarecer os fatos à justiça. “Francinópolis é um município hoje que tem o seu recurso sanado \[…] os programas lá funcionam \[…] Eu estou cem por cento tranquilo em relação a não só a minha gestão, como todos os colaboradores, e cem por cento indignado com essa forma, com essa forma de manchar o nome das pessoas do município”, finalizou.

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