O parlamento municipal viveu nessa quinta-feira (06), talvez o seu pior momento desde a sua abertura em 1951. Sua suposta parcialidade despertou uma reação inesperada da população valenciana que além de bater de frente e de chegar às vias de fato ao agredir os vereadores com palavrões impublicáveis e de arremessar ovos em seus componentes, rompeu a passividade tão elogiada e ao mesmo tempo criticada em outros embates.

O que se viu nesta quinta-feira (06) foi um parlamento sitiado e uma população verdadeiramente decepcionada com seus representantes.

Com uma base parlamentar composta por 09 dos 11 vereadores e uma assessoria que em outras gestões já havia mostrado sua competência, a prefeita Ceiça Dias errou em não satisfazer a principal reivindicação dos servidores que era promover uma ampla discursão sobre o projeto e ouvir algumas sugestões que só seriam aprovadas com sua anuência.

Outro fator ignorado pela prefeita Ceiça Dias e pelos vereadores foi um documento assinado por 406 dos pouco mais de 700 servidores que disseram não querer a previdência própria porque não foi dada a eles a oportunidade de conhecer o projeto.

Ao negar o trâmite normal do projeto, a prefeita Ceiça Dias marcou profundamente a carreira dos vereadores que aparentemente se esquivaram de impor suas funções e aceitaram as criticas feitas da população que afirmaram em alto e bom som que os vereadores fazem parte de uma ditadura e que tiveram suas consciências compradas por cargos e benesses no governo.

Iniciado em 1951, o parlamento já viveu vários momentos em sua historia, muitas discursões foram registradas, mais nesses 66 anos não se tem registro de uma votação tão significativa, onde a maioria dos vereadores (09 dos 11) votasse num projeto sem expressar o porquê de sua decisão.

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão” Paulo Freire.