Valença do Piauí, 19 de abr, 2024

Corinthians vence, mas gol de Love leva Flamengo às quartas

Wagner Love
Wagner Love

O Flamengo se classificou às oitavas de final da Libertadores na bacia das almas, com a pior campanha entre os 16 times que avançaram. Por conta disso, pegou o favorito Corinthians logo de cara. Mas não se importou. Chegou, é verdade, a estar eliminado, mas o Império do Amor foi mais eficiente que os Fenomenais. Na noite desta quarta-feira, mesmo com a derrota por 2 a 1, o Rubro-Negro avançou às quartas.

Graças a Adriano e Vagner Love. No primeiro jogo, na vitória por 1 a 0 no Rio de Janeiro, o Imperador foi o herói. Marcou de pênalti o gol do triunfo. Nesta quarta-feira, diante de mais de 35 mil fieis alvinegros, foi a vez de Love decidir. Após o Corinthians abrir 2 a 0 de maneira avassaladora no primeiro tempo, o Flamengo jogou com o regulamento, fez um gol como visitante e se deu bem.

Diferentemente do jogo no Maracanã, que mais parecia pólo aquático do que futebol, o duelo desta noite, na capital paulista, foi digno da grandeza de Corinthians e Flamengo. Não houve, é verdade, nenhuma apresentação individual que deixasse o público boquiaberto. Mas emoção não faltou a corintianos e flamenguistas. A bela disputa foi reconhecida pela exigente Fiel, que aplaudiu os alvinegros ao fim do jogo.

Agora, o Flamengo encara o vencedor do duelo entre Alianza Lima e Universidad de Chile. Como teve a pior campanha entre os classificados, o Rubro-Negro faz o primeiro jogo no Maracanã e decide a vaga na semifinal em campo adversário.

Ao Corinthians, restou apenas comemorar a eliminação do rival Palmeiras na Copa do Brasil e curtir o reconhecimento do torcedor no Pacaembu. 

Não para, não para, não para
Um Corinthians vibrante e competente contra um Flamengo desorganizado e apático. Esse foi o cenário do primeiro tempo do duelo entre paulistas e cariocas. Com o atacante Jorge Henrique no lugar do volante Jucilei, Mano Menezes mandou a campo um time mais ofensivo, o que já era esperado. Mas o Rubro-Negro se assustou.

Embalado, o Timão disputou cada bola como se fosse a última do jogo. Pressionado, o Rubro-Negro não mostrou sua grandeza. Pelo contrário, se apequenou. Não à toa o goleiro Bruno sofreu um bombardeio nos primeiros dez minutos. Jorge Henrique mandou por cima, Ronaldo tentou de cabeça, Roberto Carlos soltou sua bomba…

Quando tinha a posse de bola, o que era raro, o Flamengo só confirmava a sua má atuação com erros bobos, infantis. Enquanto isso, Ralf e Elias ganhavam todas as bolas dos rubro-negros no meio campo. Melhor para Danilo e Dentinho, os principais criadores do Timão na etapa inicial. Do outro lado, uma equipe sem cérebro.

Tanto que o primeiro chute a gol dos cariocas foi aos 18 minutos, quando Jorge Henrique falhou, Adriano avançou no contra-ataque e a bola sobrou para Vinicius Pacheco mandar por cima do gol de Felipe. Por falar no goleiro alvinegro, a cada defesa ou intervenção, ele vibrava como se tivesse marcado um gol.

Essa, aliás, foi uma característica constante nos alvinegros durante o primeiro tempo. A cada lance de perigo, um jogador, seja ele Dentinho, Elias, Chicão ou Roberto Carlos, olhava para a torcida, com os punhos cerrados, e vibrava. Postura bem diferente dos jogadores do Flamengo, perdidos em campo.

O resultado disso tudo só poderia ser o gol do Corinthians. Aos 27 minutos, Danilo fez boa jogada individual pela esquerda e mandou para área, na tentativa de acionar Ronaldo. Mas o zagueiro David chegou primeiro e marcou contra. A bola ainda bateu na mão do Fenômeno antes de entrar, mas o juiz não viu.

Ronaldo, por sinal, mostrou ter assimilado a pressão da torcida e do técnico Mano Menezes e esteve mais presente. Tanto que depois de arriscar de fora da área, de dentro, rasteiro, colocado, ele fez o segundo do Timão. Aos 39 minutos, após excelente jogada de Dentinho pela esquerda, o camisa 9 marcou de cabeça: 2 a 0.

E o Flamengo? Sem reação, só esperou o fim da etapa inicial. 

Só Love, Só Love…
Agora em desvantagem, já que a vitória de 2 a 0 levava o Timão às quartas de final da Libertadores, o Flamengo mudou. Rogério Lourenço sacou Vinicius Pacheco, que estava no lugar do suspenso Michael, e mandou a campo o experiente Kleberson. Em seu primeiro toque, o pentacampeão fez mais do que o prata da casa.

Logo no primeiro minuto, Kleberson colocou Léo Moura em ótima condição na direita, mas o lateral rubro-negro cruzou mal. Mas ele seria decisivo logo depois. Aos quatro minutos, o meia deu ótimo lançamento em profundidade para Vagner Love, oportunista e matador, tocar na saída do goleiro Felipe.

Com esse placar, o Flamengo estava novamente nas quartas de final da Libertadores. Preocupada, a torcida do Corinthians ficou alguns minutos em silencio, assustada com o gol, sem querer acreditar naquele sofrimento. Aos poucos, porém, as vozes se uniram novamente na arquibancada e os cantos de apoio voltaram.

Embora melhor em campo no início da etapa final, o Fla não conseguia aproveitar eficientemente esse momento. Continuava a errar infantilmente. O Timão, por sua vez, sem o mesmo ímpeto do primeiro tempo, tentava encontrar espaço. Sem conseguir, arriscou em cobrança de falta de Chicão, aos 13. Susto para os rubro-negros.

Mais bem postada em campo do que na etapa anterior, a equipe carioca tentava explorar os contra-ataques e surpreender o Corinthians. Quase conseguiu, não fosse um erro da arbitragem. Aos 15 minutos, Adriano deu ótimo lançamento para Vagner Love, que já estava com a bola dominada quando o árbitro deu impedimento.

Aos 21 minutos, preocupado, o técnico Mano Menezes resolveu mudar o Corinthians. Tirou Jorge Henrique e colocou Iarley, na tentativa de dar mais força ao ataque. Mas quem chegou com perigo, aos 23, foi o Fla. Vagner Love colocou Adriano em ótima condição, mas lento o Imperador demorou a chutar e mandou para fora.

Logo em seguida, mais uma alteração no Timão: saiu Elias, um dos melhores em campo, e entrou Jucilei. E novamente, na sequência, o Rubro-Negro chegou com perigo. Dessa vez Adriano lançou Kleberson, que mandou pela linha de fundo. Se por um lado o Fla conseguia controlar o jogo, do outro o Corinthians ficava impaciente.

Melhor para o Fla, que quase ampliou com Vagner Love, aos 31. Curiosamente, o atacante, o melhor do time rubro-negro, deixou o campo em seguida para a entrada de Fierro. Os visitantes, então, perderam a referência. E o Corinthians se renovou em campo com uma cabeça de Ronaldo na trave, aos 37.

Mas foi uma defesa milagrosa de Bruno, após cobrança de falta de Chicão, aos 46, que selou a classificação épica do Flamengo às quartas de final.

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