Desde a implantação do sistema HYDRA pelo governo do estado do Piauí através da Secretaria Estadual da Saúde em meados do mês de setembro do ano passado, os Laboratórios e Clínicas do Vale do Sambito e de outras regiões estão sem receber o repasse financeiro para o atendimento pelo SUS.

O bioquímico, Afonso Sobreira, que é proprietário de um Laboratório no município de Valença, em entrevista falou como funciona o novo sistema de marcação de exames pelo HYDRA e o problema com o pagamento do serviço prestado desde da implantação do mesmo.

“A princípio muito bom porque aí aquela lista de paciente está completa no fim do mês, o valor, tudo completinho, tudo redondo, é bom pra gente prestar conta, é bom para Secretaria porque a relação dos pacientes atendidos também fica disponível, tudo sem problema, o único problema que aconteceu é que setembro, outubro, novembro, dezembro, todos esses meses foram produzidos via HYDRA, foram enviados, foram recebidos na Secretaria Estadual e nunca foram pagos, nunca ninguém recebeu aqui no Vale do Sambito, mas de outras regiões também”, esclareceu Afonso Sobreira.

O químico conta que essa realidade se estende a vários lugares e não só aos laboratórios e clínicas da região valenciana, mas as cidades como Oeiras, Guadalupe e outras regionais estão sem receber, desmontando assim que o problema é a nível de estado. Afonso ainda explicou que as cidades que estão recebendo o repasse normalmente são as que são plenas, não sendo o caso da grande parte, pois não são plenificadas e recebem os recursos via governo do estado.

Ele afirma que tudo que foi solicitado pela Secretaria Estadual da Saúde as clínicas e laboratórios de Valença foi feito e mesmo assim o pagamento do serviço não foi feito.

“Fizemos tudo que a Secretaria mandou, as negativas tem que ir junto com a prestação de contas, a gente continua fazendo o BPA, enviando, só que agora com todas as negativas a gente tem que enviar pra lá, nós cumprimos tudo, não só o laboratório, mas todas as clínicas aqui de Valença”, disse o empresário que aponta que este não é um problema político por o mesmo ser prefeito de Novo Oriente, haja visto que é um problema que afetou todos os laboratórios e clínicas do município e também de outros lugares.

Afonso Sobreira destaca que ao buscar informações sobre o que está causando o atraso no pagamento várias situações são apontadas, o que levou ele acreditar ser o problema interno do governo que ocasionou uma ingerência dessa questão que está afetando os prestadores do serviço e a população que depende do SUS.

“A gente chega na Secretaria e o secretário nunca se pronunciou pra dizer: olha a situação a essa e a gente tem um prazo tal pra fazer isso, então diante disso eu tive que suspender os meus atendimentos”, falou o empresário que temporariamente está com os atendimentos pelo SUS em seu laboratório suspenso, pois o Químico aponta gastos com materiais e mão de obra para realização desses exames e a falta de recebimento recorrente afeta o financeiro do laboratório.

Para tentar solucionar a problemática, Afonso Sobreira conta que irá novamente a Teresina na Secretaria Estadual da Saúde para tentar um novo diálogo e entendimento do que está acontecendo.